Suzane Von Richthofen queria impedir a publicação de um livro baseado em sua vida. O Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu o pedido de liminar, e agora a defesa da detenta recorreu da decisão.
O livro Suzane – Crime e Punição, do jornalista Ullisses Campbell, conta a história de um dos crimes mais famosos e chocantes da história do Brasil. Parte do momento em ela conheceu Daniel Cravinhos. Para desenhar o assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, pais de Suzanne, o autor teve acesso, por exemplo, a depoimentos de Suzane feitos a psicólogos do sistema carcerário, nos quais ela fala sobre o que pensa sobre o crime que cometeu. Ele também entrevistou uma série de pessoas, além de tratar do crime em si, abordará também a vivência da detenta no cárcere.
Por enquanto, o lançamento do livro está mantido para o início de 2020, pela Editora Contexto.
A defesa de Suzane alegou que a detenta “repudia veementemente” o livro, que “já vem pagando pelo crime que cometeu” e que “tem o direito ao esquecimento” para que possa “continuar com a sua vida”. Também falou de “uso indevido de imagem” e um “fundado receio de dano irreparável” que pode ser causado com a publicação.
“Ela alega que o livro vai desabonar a sua honra. Mas o que desabona a honra é o crime, não o livro, que se limita a contar a história de um dos crimes de maior repercussão do país”.
A decisão da juíza Larissa Gaspar Tunala, tomada em outubro, cita o entendimento do STF de que biografias não autorizadas podem ser divulgadas a despeito da autorização do biografado.
O crime também vai estar nas telas do cinema em 2020. Serão duas produções relembrando o caso A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais.
Relembre:
Suzane foi condenada a 39 anos de prisão em 2002 por envolvimento na morte dos pais, assassinados a pauladas pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos enquanto dormiam. Ela cumpre pena na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo.
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