Eis que ao falar com jornalistas, em entrevista coletiva no avião que levava Francisco da Irlanda de volta para Roma, o papa afirmou:
“Sempre houve pessoas gays e pessoas com tendências homossexuais”
E respondendo sobre o que diria a um pai que acabou de saber que o filho é gay, o papa mandou:
“Não condene. Dialogue. Entenda, dê espaço para a criança para que ela possa se expressar”
Tudo bem até ai. Mas logo em seguida, o pontífice disse que pode ser necessário procurar ajuda psiquiátrica se uma criança começar a exibir traços preocupantes, fechando com:
“Uma coisa é quando se manifesta quando criança, quando há tantas coisas que podem ser feitas, com a psiquiatria ou… para ver como estão as coisas. Outra coisa é quando se manifesta 20 anos depois”.
Então, o papa pediu aos pais que não respondam com silêncio:
“Ignorar uma criança com essa tendência mostra falta de maternidade e paternidade. Esta criança tem direito a uma família. E a família não pode jogá-la fora”
A questão de se propor que pais de crianças gays a procurarem “ajuda psiquiátrica” provocou reações nas redes sociais. Lembrem-se que a homossexualidade não é considerada doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1990, e este é um ponto considerado importante para os ativistas LGBTQ+.
A repercussão negativa foi tamanha, que o Vaticano retirou a referência do papa à psiquiatria na declaração, e disse que o papa não quis abordar o tema como “uma doença psiquiátrica”. Na transcrição da entrevista, a frase ficou:
“Uma coisa é quando se manifesta quando criança, quando há tantas coisas que podem ser feitas, para ver como estão as coisas. Outra coisa é quando se manifesta 20 anos depois”.
Nos últimos dias, o papa teve que se retratar pedindo perdão pelos escândalos de abuso sexual na Igreja. Em Dublin, admitiu a culpa do alto clero por acobertar os casos. Na Irlanda, enfrentou a indignação dos fiéis pelos casos de abuso e pela escravidão imposta pelas Lavanderias Madalena, administradas por freiras. Essas casas acolhiam prostitutas, mães solteiras e crianças, mas as usavam como força de trabalho. Agora fechadas, as casas chegaram a abrigar 10 mil pessoas entre 1922 e 1996.
2 thoughts on “Erro do papa?”
Felipe Carvalho
Paulinha, você não sabe nada sobre doutrina! ainda mais sobre a católica. Tudo que o papa diz e decreta se diz a respeitos dos CATÓLICOS. Se você não é, não tem com o que se preocupar. Abraço.
Paula Carvalho
nada sei pq vc definiu? é por causa do que pessoas como vc, que acham e que julgam todos e que sabem muito, que eu tenho tido muita vergonha de ser católica. acho lamentável o papa confundir homossexualidade com doença, e aparentemente o vaticano tb, já que corrigiu a declaração. um beijo pra vc.