Mais uma declaração da ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves causa polêmica. Ontem, durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara, questionada pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) sobre se a mulher deveria ser submissa ao homem, a ministra respondeu:
“Dentro da doutrina cristã, sim. Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé”
Também falou que acreditar nisso, por fé, não a faz menos capaz de ser ministra e que isso não significa que todas as mulheres devem ser submissas e “abaixar a cabeça para o patrão, para o agressor e para os homens que estão aí”.
“Isso não me faz menos capaz de dirigir este ministério. Não me faz mais incompetente. É uma questão de fé lá dentro do meu segmento”
“Mas dentro da minha concepção cristã, a mulher, sim, no casamento é submissa ao homem e isso é uma questão de fé”
Por outro lado a ministra também reforçou que a igreja deve tomar consciência de seu papel social de apoiar e acolher mulheres que passam por situação de violência. Disse que não é só orar por aquela mulher, mas pegar ela pela mão e a levar até uma delegacia.
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) fez um discurso bastante assertivo colocando diversos pontos a respeito da defesa da mulher brasileira negra e parda, analfabeta funcional, que pode ter passado por uma gravidez na adolescência, que trabalha em dois turnos no mercado informal para conseguir sustentar a família. Falou da necessidade da ministra se posicionar em relação às ameaças de morte feitas à deputada Alê Silva ( que relatou a existência de esquema de candidaturas de laranjas comandado por Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo), questionou se Damares defende e incentiva a entrada de mais mulheres na política, entre outras questões. Damares a elogiou assim:
“Que deputada linda. Só o fato de você estar no parlamento. Não precisava nem abrir a boca. Só o fato de você estar aqui, já diz pra jovens lá fora, elas também podem chegar aqui.”
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