O deputado estadual Jessé Lopes (PSL), de Santa Catarina, falou de boicote ao movimento “Não é não!”, que tem o objetivo combater o assédio e o estupro, principalmente durante o carnaval.
“O movimento coletivo feminista de SC pede doação para confeccionar e distribuir tatuagens com o texto ‘Não é não’ no carnaval de SC, para ‘combater’ o assédio. Não sejamos hipócritas! Quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser ‘assediado(a)’?”
“Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude”
Para Lopes, o combate ao assédio é coisa de “inveja de mulheres frustradas”.
“Após as mulheres já terem conquistado todos os direitos necessários, inclusive tendo até, muitas vezes, mais direitos do que os homens, hoje as pautas feministas visam (sic) em seus atos mais extremistas tirar direitos. Como, por exemplo, essa em questão, o direito da mulher poder ser ‘assediada’ (ser paquerada, procurada, elogiada…). Parece até inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil”
No mesmo texto ele diz:
“-Toda mulher sabe lidar com assédio. Obviamente estou falando do ASSÉDIO no sentido que o próprio movimento GENERALIZA (dar em cima), e não de atos AGRESSIVOS e perturbante. Crime não se previne e nem se combate com TATUAGENS!”
Depois, o deputado fez uma série de posts sobre seu posicionamento:
Logicamente a mídia está se ESFORÇANDO para dar a narrativa de que sou a favor do ASSÉDIO nos termos jurídicos e não do “ASSÉDIO”, referindo-se a um flerte, a uma cantada ou elogio, o qual possui nítida conotação de ironia.
Alguns não entenderam e outros foram canalhas mesmo.— Deputado Jessé Lopes (@depjesse) January 13, 2020
“Não é não”
O assédio sexual é tipificado em lei criada no ano passado – a lei da importunação sexual – que conta com punição, de 1 a 5 anos de prisão. O movimento “Não é não” foi criado em janeiro de 2017 por um grupo de amigas, depois que uma delas foi vítima de assédio em um bloco de carnaval. Hoje conta com embaixadoras em 16 estados do país, mantendo uma campanha de financiamento coletivo para distribuir tatuagens temporárias com o nome do movimento, como estratégia para combater o assédio em blocos e festas.
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