Imagens mostram o momento em que um policial militar agrede uma mulher grávida enquanto tenta imobilizá-la ao chão na cidade de São José do Rio Preto.
Grávida de cinco meses, a mulher foi agredida com um tapa no rosto, além de ter a barriga pressionada pelo joelho do policial e ter sido enforcada. O caso aconteceu na tarde de ontem.
O policial foi afastado do trabalho operacional e o caso será investigado por meio de um Inquérito Policial Militar. A Corregedoria é que tocará a investigação, acompanhada pela Ouvidoria das Polícias. Identificado como Wesley Viana dos Santos, o policial relatou à Polícia Civil que a grávida o xingou de “filho da p… e de verme”, e que ao se aproximar dela foi agredido com um soco no peito, e por isso “a necessidade de técnicas policiais e força para jogá-la ao solo”.
Uma testemunha afirmou que a mulher foi contida porque os PMs desconfiaram que ela estava filmando enquanto eles abordavam um suspeito de traficar drogas. Um detalhe: filmar não infringe nenhuma lei.
Na filmagem, testemunhas pediam que ela fosse liberada, enquanto o PM a detida pelos crimes de desacato e de resistência. A mulher foi levada para a Central de Flagrantes, da Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou:
“o comando do 17° Batalhão da Polícia Militar do Interior determinou o imediato afastamento do policial flagrado em desvio de conduta em abordagem a uma mulher grávida que resistiu à prisão durante uma ocorrência de tráfico de drogas nesta terça (4/2) em São José do Rio Preto”.
O governador João Doria se pronunciou pelo Twitter, e recomendou o afastamento do PM:
A PM já abriu inquérito policial militar sobre esta ocorrência. Ressalto meu respeito à Polícia Militar do Estado de SP, a melhor do BR, mas não deixarei de condenar excessos e violência desnecessária.
— João Doria (@jdoriajr) February 4, 2020
Faço uma correção aqui: a mulher que aparece em vídeo hoje não é acusada de tráfico de drogas, ele estava envolvida em uma ocorrência de tráfico de drogas e resistiu à prisão. O inquérito policial segue.
— João Doria (@jdoriajr) February 5, 2020
O vereador de São Paulo, pelo PSOL, Toninho Vespoli respondeu ao governador:
“Excessos” e “violência desnecessária” ou seja existe violência aceitável e esse caso só é excesso por causa da repercussão. Doria é canalha. A ação violenta da PM é fruto do discurso de ódio e de violência pregado pelo governador. https://t.co/Zy2M94GQ1r
— Toninho Vespoli (@ToninhoVespoli) February 4, 2020
Um cara desse alegaria o que? Surpresa ou violenta emoção? Ainda bem que o companheiro @MarceloFreixo lutou para tirar o excludente de ilicitude do bizarro projeto de @SF_Moro se não, para nossa infelicidade, imagens como essas seriam ainda mais frequentes nos próximos anos. https://t.co/lkdKcm5hBu
— Toninho Vespoli (@ToninhoVespoli) February 4, 2020
Outros também comentaram :
O caso da mulher grávida agredida por um PM em São José do Rio Preto é símbolo do fracasso de um modelo de polícia. Não é um caso isolado. Além da punição do agressor, é preciso levantar urgentemente o debate sobre o modelo militar, a formação de policiais, racismo e machismo.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) February 4, 2020
A agressão de um PM em SP contra mulher grávida é absurda. Motivo: ela filmava uma abordagem, o que não é crime. Intolerável a polícia gerar violência ao invés de proteger. Polícia militarizada, sem controle público, é hoje vetor de consolidação do fascismo. Desmilitarização já!
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) February 5, 2020
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