
O criador do conceito de agribusiness na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos nos anos 50, professor Ray Goldberg, nos disse em recente entrevista que o agronegócio se transformou num sistema de saúde, um health system em inglês. E esse sistema envolve o meio ambiente, o solo, animais, plantas, e da mesma forma a responsabilidade social, a saúde pública.
Estamos atolados numa péssima imagem com relação ao meio ambiente, onde líderes do próprio Brasil pedem ênfase e ataque determinado a tudo o que é ilegal. Temos a melhor lei florestal do mundo, a mais severa, porém na batalha das narrativas e da comunicação apanhamos feio.
As nossas boas verdades não conseguem vencer as generalizações que nossas imperfeições reverberam e terminamos percebidos como um país predador quando temos aqui a melhor agricultura do mundo e o sonho agrícola que o planeta todo desejaria, por exemplo, no Plano ABC com 50 milhões de hectares de agricultura de baixo carbono.
Mas agora, em função da péssima administração do trauma da Covid-19, assistimos exatamente o estado que leva o nome do assunto do dia no planeta, Amazonas, como seu governador Wilson Lima, em estado de guerra, afirmou: “somos o pulmão do mundo e morremos asfixiados sem oxigênio”.
Os jornais internacionais com capas de Manaus, depoimentos angustiados dos profissionais da saúde chegando até a pedir misericórdia, ao ponto da Venezuela oferecer ajuda enviando cilindros de oxigênio. Essa cena, essa imagem, e imagens falam mais do que mil palavras, traz consequências para todo agronegócio brasileiro. A desconfiança é a cepa mais perigosa e venenosa do mundo.
Saúde agora é nome e é sobrenome de agronegócio, não só do meio ambiente, águas e solos, mas das famílias humanas, tanto as agrícolas quanto as consumidoras.
Hora de uma união da sociedade civil organizada com agentes públicos bem intencionados colocando o estado brasileiro acima do interesse eleitoreiro.
A hora do agronegócio é hora da saúde.
José Luiz Tejon para a Jovem Pan.